Roxo, rosa, branco, amarelo, verde ... todo colorido. Que atire a primeira pedra aquele que nunca colocou na mtv, por engano ou mesmo propositalmente,se admirou, ou simplesmente, viu, um tapete e uma van, roxa, rosa, branca, amarela, verde ... toda colorida. Devo confessar que inúmeras vezes cometi tal delito, coloquei na mtv, mesmo que por engano, passando de pressa os canais e lá deixei. Eu me admiro com tantas cores juntas, e por deveras vezes só assisti tal programa por admirar imensamente o colorido. Tantas cores juntas me provocam risos internos, e meus risos internos me preenchem.
Quando pequena eu bem acordava cedinho, para ver o sol nascer. Me lembro de um dia, despertei era 3:30 da matina, fui na janela, me enrolei no cobertor e fiquei vendo o céu, escuro iluminado somente lá no fundo, ás luzes da cidade, que eu erroneamente acreditava ser o sol nascendo.Fiquei lá, imovel, e o céu foi mudando de cor, não preciso dizer que demorou umas duas horas para tal mudança acontecer, virando vermelho, laranja, vermelho alaranjado, rosa salmão, azul ... até que lá bem de longe o sol veio, amarelo muito forte, predominando no céu. O tal acontecimento fez de mim uma 'criança feliz', se assim posso dizer. Hoje, ao relembrar, faz de mim alguém admirada, não somente com o colorido do céu e com o sol que nascia em minha frente, mas com a paciência que eu tive e o tanto que quis aquele sol para mim. O que mais gosto de relembrar é da sensação, das coceguinhas, do frio, do cobertor de lã que pinicava minha pele e nariz e dos passos saltitantes que depois, dado por 'nascido' o sol eu dei a caminho da cozinha, peguei uma bolacha recheada de morango para comer e fui para a sala, coloquei na cultura e a programação ainda não tinha começado, era aquele monte de listras coloridas que eles colocam antes de dar início a programação. Fiquei lá vendo, por pouco tempo, as listras. Logo mudei de canal entediada, vi que nada passava e voltei para cama, ou fui incomodar a Tainá, não lembro.
Fiz algo parecido hoje quando a cólica me incomodou. Ter cólica é saber que não tem nada, que existe um vazio, mas querer que algo saia desse vazio e ter medo de que lá seja sempre vazio. A dor me vêem no vazio, sempre foi assim, vai ver é por isso que as cólicas tanto me doem. Eu particularmente quando me sinto incomodada pela dita cuja, tenho leves 'delírios', se assim posso chamá-los, para me distrair da dor. Cheguei em casa, tomei todo remédio que via na frente, coloquei uma meia, deixei meu corpo cair sobre a cama e as cobertas sobre ele. Peguei o controle, liguei a tv, admirei o tapete roxo, rosa, amarelo, de tantas cores. Pouco a pouco fui deixando as minhas retinas fecharem, pouco a pouco os tais 'delírios' foram aparecendo, e ao fundo ouvia frases do tipo "o que mais gosto no natal são os presentes" ou coisas piores ainda "eu não gosto do natal, porque minha prima queria namorar meu irmão e não conseguiu. ( virada para a câmera ao lado ) Pô, se você não conseguiu namorar ele a culpa não é minha ! ( volta o close para a câmera a frente ) a partir daí ela me odeia e eu odeio ela, e odeio qualquer época que possa encontrá-la, por isso odeio o natal".
Momento antes tinha assistido um desenho, onde havia uma cidade que não comemorava o natal, porque tinha um monstro que destruía as casas, em busca de um tesouro escondido nas chaminés. Um menininho esperava na janela o Papai Noel, quando a chaminé apagou e o mostro destruíu a lareira. No fim do desenho, depois de desmascarado o tal monstro, e encontrado o ouro. A cidade decide não condená-lo a prisão, nem a nenhuma outra pena, o menininho que contei acima, o abraça, tira do seu pescoço um cachecol e o enrola no pescoço do homem que se disfarçava de monstro. Esse por sua vez, resolve doar todo o dinheiro para a cidade e sai distribuindo o ouro. Natal é a época de dividir o ouro, de compartilhar os bens, e não digo de bens materiais digo de bens maiores, digo daquilo que todos temos dentro de nós, afeto, carinho, amor ... O natal é a época que passamos esses nossos bens a frente, presenteamos outros com nossos bens, e somos presenteados. O natal é época de troca, onde o foco está não no que se ganha, mas no que se dá, no quão feliz alguém ficará de receber tal bem.
Por fim, momentos antes do natal é impossível não falar dele. E de tudo que devaneie o mais importante a ser dito é aquilo que não se pode dizer, é aquilo que espero fazer e espero que todas façam, mesmo quem não comemora o natal porque acha uma data hipócrita, servindo apenas para fortalecer o capitalismo e a falsidade, a desigualdade. Reavalie o jeito que você comemora o natal, e você que não comemora, comemore ! Não por ser o nascimento de Cristo, comemore como um dia destinado a se fazer o bem, doe seu afeto, seu carinho, seu amor, a qualquer um, a um desconhecido, ou para quem sempre o doou para você, acredito que esse é o verdadeiro sentido do natal, a comunhão dos bens que esquecemos que temos inúmeras vezes.
Não acredito que Jesus seja o salvador da humanidade, mas acredito, profundamente, que na véspera de seu nascimento nós podemos ser os salvadores da humanidade. Salvadores dos dias um dos outros. O colorido do tapete que provoca coceguinhas, o despertar do sol, preencher de risos não somente o nosso natal mas todos. Por isso ao dar por finito essa postagem, que tanto tardou a sair, digo com toda a esperança que se pode ter: 'Feliz Natal.'
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
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Um comentário:
Nhaaaaaaaaaaaa que linda minha rairazinha!!!
adorei =')
vc escreve coisas lindas, sabia ?
natal eh compartilhar o frango com batatas da vóvó S2
Te amo Rá..
iiiiii olha a Tainá na sua postagem..
OI TAINÁ!!
Bjus Rá...
Feliz natalwhizky
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